Cinco pessoas foram detidas neste sábado (19) após invadirem ilegalmente a Cachoeira dos Namorados, localizada dentro do Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul, em Nobres, a cerca de 140 km de Cuiabá. O grupo foi flagrado por uma força-tarefa de fiscalização ambiental promovida pela Polícia Militar Ambiental e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), enquanto deixavam lixo e materiais plásticos na área de preservação permanente.
De acordo com o boletim de ocorrência, os turistas acessaram a trilha a partir de uma propriedade rural vizinha, conduzidos por uma moradora da região. No local, foram encontrados sacos plásticos, garrafas e outros resíduos abandonados próximos à cachoeira, configurando crime ambiental por causar danos à unidade de conservação.
Os suspeitos alegaram desconhecimento da Portaria nº 152/2025/SEMA/MT, publicada em 6 de fevereiro deste ano, que suspende expressamente a visitação pública ao Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul, incluindo todas as trilhas, cachoeiras e áreas internas do parque. A justificativa, entretanto, não exime os envolvidos de responderem legalmente pela infração. Eles devem ser enquadrados por crime ambiental conforme a Lei 9.605/98, que trata dos crimes contra o meio ambiente.
A Cachoeira dos Namorados, assim como toda a área do parque, está com visitação suspensa justamente para evitar a degradação dos ecossistemas frágeis da região, cuja biodiversidade e beleza cênica atraem turistas, mas também enfrentam ameaças constantes como o desmatamento, a pecuária irregular e a atuação de guias clandestinos.
O Parque Estadual Gruta da Lagoa Azul foi criado em 2000 com o objetivo de proteger as riquezas naturais da região. Entre os seus principais atrativos está a própria Gruta da Lagoa Azul, famosa pela lagoa de águas cristalinas em tons de azul intenso, que se formou a partir do afloramento de lençol subterrâneo. A cor da água é resultado da presença de minerais como carbonato de cálcio e magnésio.
Apesar da proibição formal, denúncias recorrentes apontam que passeios ilegais continuam sendo vendidos na região, com valores que podem chegar a R$ 250 por pessoa. Em março de 2024, o g1 revelou a atuação de guias clandestinos que promoviam visitas sem informar os turistas sobre a proibição, expondo-os ao risco legal e ao impacto ambiental.
Casos como esse não são isolados. Em março deste ano, outros seis turistas e um guia também foram detidos após serem flagrados no interior da gruta. Na ocasião, todos foram liberados após assinarem termos circunstanciados, mas a reincidência demonstra falhas na fiscalização e no controle de acesso ao parque.
A Sema informou que as multas previstas para este tipo de infração variam de acordo com o grau de impacto ambiental causado, podendo ultrapassar R$ 10 mil por pessoa. A pasta reforça que a visitação à área está terminantemente proibida e que operações de fiscalização continuarão sendo realizadas de forma periódica.
O caso reacende o debate sobre a necessidade de controle rigoroso e educação ambiental para evitar que um dos cenários naturais mais emblemáticos de Mato Grosso seja destruído pela ação humana.
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🎥: Fonte | araguaianoticia