A colheita da segunda safra de milho teve início em Mato Grosso, principal estado produtor do grão no país, mas avança em ritmo mais lento do que o registrado em anos anteriores. Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o momento, 0,31% da área cultivada foi colhida — percentual inferior ao 1,94% registrado no mesmo período do ciclo passado e à média dos últimos cinco anos, de 0,98%.
Apesar do desempenho inicial abaixo do esperado, a expectativa é de uma produção robusta no estado. O Imea projeta uma colheita de 48,9 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 3,6% em relação à safra anterior. O crescimento é atribuído, principalmente, às condições climáticas favoráveis durante o ciclo de desenvolvimento da lavoura.
No cenário nacional, a colheita da safra de verão 2024/25 já alcança 96,7% da área estimada de 3,512 milhões de hectares, conforme dados da consultoria Safras & Mercado. Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia praticamente finalizaram os trabalhos de campo, enquanto em Santa Catarina e São Paulo a colheita já foi concluída.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção total de milho no país deverá atingir 126,9 milhões de toneladas nesta temporada, alta de 9,9% na comparação com o ciclo anterior. A primeira safra deve somar 24,7 milhões de toneladas, enquanto a segunda, que já teve sua semeadura finalizada, tem potencial para atingir 99,8 milhões de toneladas.
A consultoria DATAGRO divulgou uma estimativa ainda mais otimista: 132,7 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 8,7% em relação à safra 2023/24.
O crescimento da produção é impulsionado não apenas pelo clima, mas também pela crescente demanda interna, especialmente para a fabricação de etanol de milho. A Conab projeta um aumento de 6,3% no consumo interno do grão em 2025, puxado principalmente pela expansão da indústria de biocombustíveis.
Apesar das projeções positivas, especialistas recomendam cautela. Fatores climáticos adversos e oscilações no mercado podem influenciar tanto o ritmo da colheita quanto os preços, exigindo atenção redobrada por parte dos produtores nos próximos meses.