Já faz tempo que o marketing deixou de ser apenas sobre o produto. Hoje, ele é sobre pessoas. E no agro, isso tem um peso ainda maior.
Nos últimos anos, tenho acompanhado uma tendência que cresce a cada nova safra: os CEOs e fundadores das empresas estão se tornando os principais influenciadores das suas próprias marcas.
E isso não é por acaso.
Em um mundo cada vez mais automatizado, cheio de anúncios iguais e inteligência artificial gerando conteúdo em escala, o que o produtor rural quer, mais do que nunca, é verdade. É conexão. É gente de verdade falando com gente de verdade.
Marcas que têm rosto, têm força
Quer um exemplo prático? O João Adibe, da Cimed. O Leandro do Grupo Canassa. O Rubens, da TXC.
Todos eles colocaram a cara no sol. Mostraram bastidores, compartilharam histórias, foram para o campo, falaram nos vídeos da marca e representaram com autenticidade os valores da empresa.
O resultado? Autoridade. Admiração. Proximidade.
Não é coincidência que essas marcas estejam crescendo, se consolidando e gerando cada vez mais engajamento dentro e fora da porteira.
O caso da TXC: de marca para movimento
A TXC é um ótimo exemplo. Ao completar 10 anos, a empresa não fez só uma campanha comemorativa. Ela transformou o prédio mais alto do Centro-Oeste, em Goiânia, em um símbolo do agro: colocou uma bandeira gigante da marca lá no topo.
Foi muito mais do que uma ação de marketing. Foi uma declaração pública de quem são, de onde vieram e no que acreditam. E tudo isso tendo o Rubens, fundador da marca, como protagonista dessa história, com cobertura de diversos veículos de imprensa e repercussão nacional.
Essa humanização é estratégica. Quando o produtor rural vê o rosto do dono da empresa, escuta a voz, entende o propósito, ele se sente mais próximo. Ele confia mais. E confiança, no agro, é o que move negócios.
O risco da despersonalização
Por outro lado, temos visto grandes grupos comprarem revendas locais e, ao crescerem, se distanciarem dos clientes. Redes como Lavoro, AgroGalaxy, Agro Amazônia, todas elas com grandes estruturas, mas muitas vezes frias na relação com o produtor.
Sabe o que aconteceu? Muitos clientes migraram. Voltaram para revendas menores, locais, onde o dono atende na loja, conversa no WhatsApp, está no campo. Porque sentem que ali tem alma, tem relação. E isso nenhuma IA ou outra tecnologia entrega.
A era da liderança comunicadora
O novo marketing é o marketing com alma. E no agro, essa alma tem sotaque, tem calo na mão, tem cheiro de campo.
É por isso que sempre afirmo: o líder que aparece, inspira. O CEO que se comunica, influencia. E a marca que tem rosto, engaja.
Não é sobre virar TikToker ou fazer uma dancinha. É sobre mostrar quem é você, por que sua empresa existe, o que ela acredita. É sobre dar sentido às suas ações e levar isso até seu público de maneira honesta e constante.
E o que você pode fazer?
Se você lidera uma empresa do agro e ainda está distante da sua audiência, talvez esteja perdendo uma grande chance de construir autoridade e proximidade.
Não precisa complicar:
- Comece contando sua história.
- Mostre o dia a dia da empresa.
- Comente sobre os desafios e vitórias.
- Esteja presente em eventos, lives, feiras.
- Use o LinkedIn como canal de posicionamento.
O agro precisa de líderes que inspirem. Que apareçam. Que falem. Que representem.
Porque a grande verdade é: marcas que têm cara, têm alma. E marcas com alma vendem mais