O valor não está no produto. Está na percepção que se constrói com ele.
Você já ouviu falar de uma água engarrafada na Amazônia que custa 80 euros? Pois é, ela existe. E tem gente comprando!
A marca é a Ô Amazon Air Water. E o que ela vende não é só água. É a história. É a exclusividade. É o significado simbólico de consumir algo raro, extraído do “ar puro” da floresta mais icônica do planeta, condensado e engarrafado com tecnologia suíça. É um posicionamento premium para um público disposto a pagar mais por uma ideia de luxo sustentável. E sim, tem mercado para isso.
Outro exemplo clássico: o Starbucks. Um café que, em essência, poderia ser servido por R$ 2 em qualquer padaria ou lanchonete de bairro. Mas que se transforma em uma “experiência” por R$ 20 ou mais. Tudo por causa da atmosfera, do copo com nome escrito à mão, da playlist, da promessa de acolhimento urbano com sabor global.
E isso vale — e muito — para o agro também.
No campo, temos centenas de produtos de qualidade que ainda são vendidos como commodities. Sem diferenciação, sem marca, sem história. Enquanto isso, vemos produtos até mais simples ganharem destaque e margem porque souberam contar uma história, construir valor e se posicionar bem.
É aí que entra o marketing de verdade.
Marketing não é só comunicação. É estratégia de negócio.
Quando falamos de marketing, muita gente ainda pensa só em “fazer post no Instagram” ou “anunciar na rádio da cidade”. Mas marketing, na essência, é muito mais.
Marketing começa antes do produto existir. Ele está na escolha do que produzir, pra quem, com que embalagem, com qual propósito. Ele define preço, canal, discurso. Ele sustenta o valor percebido.
Em 2010, conheci pessoalmente o grande guru do marketing, Philip Kotler. Mas eu já seguia seus pensamentos desde os anos 2000, quando ainda cursava a faculdade. Ele sempre fazia questão de ressaltar os famosos 4Ps. Lembra deles?
- Produto
- Preço
- Praça (distribuição)
- Promoção (comunicação)
Hoje, essa visão foi ampliada para os 4Cs:
- Cliente (não mais produto)
- Custo (não mais preço)
- Conveniência (não mais praça)
- Comunicação (não mais propaganda)
Isso mostra como o marketing deixou de ser “empurrar produto” e passou a ser “ouvir o cliente, entender o contexto e entregar valor real”.
E o agro nisso tudo?
No agro, ainda vemos um abismo entre quem produz bem e quem valoriza bem o que produz.
Pense em quantos produtos incríveis, tecnologias inovadoras, insumos de alta performance e serviços transformadores estão por aí sendo vendidos como se fossem “mais do mesmo”.
Agora pense no impacto que uma marca bem posicionada, com identidade clara e comunicação consistente, pode ter:
- Uma revenda de insumos que deixa de ser “a loja da cidade” para virar referência regional com um nome forte, ações em eventos, conteúdo técnico e autoridade digital.
- Uma indústria de implementos agrícolas que passa a mostrar histórias de clientes, vídeos de aplicação real, projetos de sustentabilidade e inovação que geram reconhecimento nacional.
- Uma agroindústria de alimentos que sai do rótulo genérico e passa a vender diferenciação, origem, qualidade nutricional, rastreabilidade.
O marketing também pode melhorar a imagem do agro como setor
Não é só sobre vender mais. É sobre recontar a história do agro para a sociedade.
Durante muito tempo, o agronegócio foi mal compreendido. Visto como atrasado, poluente, desconectado do consumidor. Mas quem está dentro sabe que o agro é, na verdade, tecnologia, ciência, inovação e sustentabilidade.
Só que isso precisa ser comunicado da forma certa.
As grandes marcas do agro têm um papel importante em mostrar o lado humano da produção, o respeito ao meio ambiente, os investimentos em pesquisa, as histórias reais de quem produz.
É aí que entra o marketing com alma — o marketing que conecta, representa, inspira.
O que a sua empresa está esperando para valorizar o que já faz de bom?
- Está cobrando preço baixo porque ninguém entende seu diferencial?
- Está perdendo espaço para concorrentes que “parecem maiores”, mas entregam menos?
- Está deixando sua comunicação na mão de quem não conhece o agro e só replica modinha da cidade?
Se a resposta foi sim para qualquer uma dessas perguntas, talvez esteja na hora de rever sua estratégia. O marketing certo posiciona sua marca, sustenta seu preço, fideliza clientes e valoriza seu trabalho.
No agro, onde a confiança é tudo, quem tem marca forte, colhe mais do que vendas: colhe respeito, memória e futuro.
Se você quer transformar seu produto em marca, e sua marca em autoridade, comece agora. Porque o produto entrega. Mas é o marketing que convence.
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