O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (18/7), que o sistema brasileiro prefere vê-lo morto a vê-lo preso, sob a justificativa de que ele daria trabalho às autoridades. Em entrevista à Reuters, o ex-mandatário disse não temer a morte, mencionando que já “passou por ela” ao mergulhar, saltar de paraquedas e ao sofrer uma facada, ocorrida em 19 de agosto de 2018.
“Eu preso vou dar problemas para eles. Não, eu já passei pela morte mergulhando, saltando de paraquedas e na facada. Eu acho que ninguém quer morrer, eu não sou um suicida. Eu não sou imortal. E sempre digo uma obviedade que, quando o ser humano consegue entender que ele é mortal, ele muda seu comportamento”, declarou Bolsonaro.
A declaração ocorre após o ex-presidente ser alvo de uma nova operação da Polícia Federal (PF), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão no escritório do cacíque do PL, localizado na sede do partido, e na sua própria residência, no Jardim Botânico, em Brasília (DF), onde a PF apreendeu dinheiro em espécie, um pendrive e o celular do ex-presidente.
Suposto pendrive implantado
Ao chegar à sede do PL, Bolsonaro disse que nunca viu o pendrive, que teria sido encontrado em um dos banheiros da residência. O ex-presidente insinuou que o item poderia ter sido plantado pelos investigadores.
“Uma pessoa pediu para usar o banheiro, quando voltou, estava com o pendrive na mão. Eu nunca abri um pendrive na minha vida. Eu nem tenho laptop em casa para mexer com isso. A gente fica preocupado”, afirmou a jornalistas.
Depois, porém, voltou atrás e disse que não estava “sugerindo nada” e que ficou surpreso. “Vou perguntar para a minha mulher se o pendrive era dela”, declarou.