O ambiente de trabalho deve ser um espaço de meritocracia, justiça e clareza de
processos. No entanto, quando um gerente permite que o favoritismo dite suas decisões, o
que parece inofensivo à primeira vista pode se tornar um câncer organizacional silencioso e
devastador.
Favores não são estratégias de gestão.
Em algumas empresas, o favoritismo começa de forma quase imperceptível: um funcionário
que recebe tarefas mais leves, outro que é sempre lembrado nas oportunidades, um
terceiro que parece “intocável” diante de falhas.
A justificativa muitas vezes vem disfarçada de confiança, “perfil que
combina mais com o líder” ou afinidade pessoal. Mas, na prática, isso quebra a base da
equidade e afeta a cultura organizacional.
O impacto direto nos processos e resultados.
Quando colaboradores percebem que não é o desempenho, mas sim a proximidade com o
gestor que define oportunidades, nasce o desânimo. Isso reduz a produtividade, mina o
senso de equipe e alimenta a cultura do “faz de conta”. Além disso, processos internos
perdem eficiência, pois decisões passam a ser baseadas em relações pessoais, e não em
critérios técnicos e estratégicos.
Gestão comprometida, empresa em risco.
Uma liderança que favorece indivíduos compromete a confiança do time. Profissionais
competentes se desmotivam ou pedem demissão, talentos são perdidos, e o ambiente se
torna tóxico. Em pouco tempo, o favoritismo vira um campo fértil para conflitos internos,
fofocas, divisão de grupos e sabotagens disfarçadas.
Ainda há cura se diagnosticado cedo.
Se essa prática for identificada nos estágios iniciais, é possível reverter os danos. Um bom
gestor precisa ser humilde para reconhecer desvios, restabelecer critérios claros e se
comprometer com a imparcialidade. Treinamentos, auditoria de processos e cultura de
feedback transparente são
ferramentas eficazes.
Mas se o favoritismo se torna cultura…
O problema deixa de ser pontual e passa a ser estrutural. Nesse ponto, a organização corre
risco de ruptura irreversível. Equipes adoecem emocionalmente, a reputação da empresa é
manchada no mercado, e os prejuízos financeiros se acumulam com a perda de talentos, retrabalho e
baixa performance.
Conclusão: liderança é responsabilidade, não privilégio.
Gerenciar é tomar decisões com base em justiça, estratégia e ética. Favoritismo é a
antítese da liderança eficaz. Todo líder precisa lembrar: um pequeno desvio hoje pode ser o
início de um abismo amanhã. Onde há justiça, há progresso. Onde há privilégios pessoais,
há retrocesso silencioso.