Uma estrutura de garimpo ilegal foi destruída durante uma operação realizada entre os dias 11 e 14 de junho, na Terra Indígena Kayabi, localizada no município de Apiacás, a 1.005 de Cuiabá, no norte de Mato Grosso. A ação teve como alvo embarcações utilizadas na extração ilegal de ouro e outros minérios no rio Teles Pires.
A operação foi cumprida por equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Durante a fiscalização, as equipes identificaram cerca de 50 embarcações na região, mas conseguiram inutilizar apenas 23 delas, segundo o chefe de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Edilson Fagundes.
As escariantes são barcaças equipadas com bombas de sucção potentes, usadas para extrair minerais diretamente do leito dos rios, uma atividade que provoca impactos ambientais severos. De acordo com a pesquisadora de recursos hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Daniela Maimoni de Figueiredo, esse tipo de extração causa prejuízos à cadeia.
Conforme informações da operação, ao todo, os agentes destruíram 23 balsas, 15 embarcações e barracos usados como apoio logístico pelos garimpeiros. Também foram apreendidos milhares de litros de combustível armazenados irregularmente.
Segundo a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Cibele Madalena Xavier Ribeiro, essa foi a segunda operação realizada na Terra Indígena Kayabi apenas neste ano.
Mais de 50 embarcações já foram destruídas em operações anteriores. Agora, o desafio das autoridades é identificar e responsabilizar os financiadores do crime ambiental. Eliane Xunakalo, presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), afirma que os danos provocados pelo garimpo ilegal são irreparáveis para as comunidades indígenas.