A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso está em alerta máximo. O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) disparou 18% no estado, saltando de 1.085 ocorrências entre janeiro e maio de 2024 para 1.290 no mesmo período em 2025 (até 27 de maio). Este aumento preocupante acende um sinal vermelho, especialmente com a baixa adesão à campanha de vacinação contra a influenza (gripe), que tem suas doses liberadas exclusivamente para públicos prioritários e estratégicos.
Vacinas liberadas, mas baixa cobertura
Mesmo com as 1.117.750 doses distribuídas pela SES aos municípios, a cobertura vacinal em Mato Grosso atinge apenas 26% do público prioritário, totalizando 363.156 doses aplicadas. Essa taxa é alarmante, dado que o inverno, período de maior circulação de vírus respiratórios, está se aproximando.
Os grupos prioritários – que já têm acesso às vacinas liberadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – incluem:
Crianças de seis meses a menores de seis anos
Idosos
Gestantes
Além deles, a vacinação também está liberada para uma vasta lista de grupos estratégicos, como puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde, professores, profissionais de segurança, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, entre outros.
Apelo
O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, fez um apelo veemente. “Precisamos do empenho dos gestores municipais para que a gente possa ampliar de forma substancial a cobertura vacinal em Mato Grosso. Pais, levem seus filhos para vacinar. Idosos, gestantes e pessoas que integram o público elegível, vacinem-se!”, alertou.
Apesar do aumento dos casos de SRAG, o superintendente de Vigilância em Saúde em substituição, Marcos Roberto Dias, confirmou que, no momento, a vacinação não será ampliada para outros públicos em Mato Grosso.
A decisão, tomada em conjunto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems-MT), se baseia na ainda baixa cobertura do público-alvo prioritário e no fato de que o estado não recebeu 100% das doses previstas.
A imunização contra a gripe é vital para reduzir complicações, internações e mortes, além de aliviar a sobrecarga no Sistema Único de Saúde (SUS). Com o aumento dos casos de SRAG, a urgência em vacinar os grupos elegíveis torna-se ainda maior, sendo uma responsabilidade compartilhada entre as gestões municipais e a própria população.