Uso sem prescrição cresce quase 20 vezes no Brasil e pode gerar dependência emocional e problemas de saúde, alertam especialistas. Popularidade nas redes distorce efeitos reais do medicamento.
Uso descontrolado da tadalafila preocupa especialistas
A venda de tadalafila, medicamento indicado para tratar disfunção erétil, disparou no Brasil. De acordo com um levantamento exclusivo do g1, o consumo atual é quase 20 vezes maior do que há uma década. O que antes era um tratamento médico, hoje virou moda entre jovens e até adolescentes.
A popularidade repentina tem explicação: vídeos nas redes sociais impulsionam o uso com promessas de melhor desempenho sexual, mais disposição para treinos e até aumento do pênis. Mas especialistas alertam: nem tudo isso é verdade — e o uso sem orientação pode ser perigoso.
Danos registrados
Segundo médicos ouvidos pelo g1, não há comprovação científica de que a tadalafila aumente o tamanho do pênis ou melhore o desempenho físico em treinos. O que ela realmente faz é melhorar a circulação de sangue na região íntima, o que pode provocar a sensação de maior volume ou ajudar em uma segunda relação em menos tempo.
Contudo, efeitos colaterais existem: dor de cabeça, dores musculares, queda de pressão, congestão nasal, indigestão e, em casos mais graves, perda de visão ou audição.
Um caso publicado na prestigiada revista científica Nature relatou um homem que sofreu uma neuropatia óptica isquêmica anterior — como um AVC ocular — e perdeu parte da visão após o uso do medicamento.
Mitos mais comuns
“Aumenta o tempo de ereção?”
❌ Mito. A duração do ato não é prolongada pela substância, segundo médicos. O que muda é a segurança do usuário ao perceber uma ereção firme, o que pode reduzir a ansiedade.
“Aumenta o tamanho do pênis?”
❌ Mito. A vasodilatação pode causar uma impressão de aumento, mas o efeito é temporário e não altera o tamanho real.
“Ajuda no desempenho de treinos?”
❌ Mito. Apesar de algumas veias ficarem mais visíveis, não há ganho muscular comprovado.
“Serve para mulheres?”
❌ Mito. Pesquisas não mostraram eficácia em mulheres. O uso feminino não é recomendado.
“Ajuda a ter mais de uma relação em pouco tempo?”
✅ Verdade. A tadalafila reduz o tempo de recuperação entre relações, por manter o fluxo sanguíneo ativo por até 36 horas.
O que dizem os médicos
A tadalafila é considerada segura quando prescrita por um profissional e usada corretamente. Diferente de outras drogas, tem menos efeitos colaterais graves, mas não está livre de riscos.
Além disso, o uso recreativo pode gerar dependência emocional. Jovens que ainda estão conhecendo sua sexualidade podem se sentir incapazes de transar sem o medicamento, criando um vínculo psicológico perigoso.
“É preciso atenção para que o tratamento não desnaturalize o que é natural. A insegurança e a ansiedade geradas por falsas expectativas são gatilhos para a própria disfunção”, alerta o médico entrevistado pelo g1.
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🎥: Fonte | olharalerta